Grandes Nomes do Cordel #4 - João Melchíades

João Melchíades Ferreira da Silva (Fonte: Wikipédia)

João Melchíades Ferreira da Silva nasceu no ano de 1869, na cidade de Bananeiras, brejo da Paraíba. Filho de pequenos proprietários, e órfão de pai ainda quando era pequeno, Melchíades nunca frequentou a escola, veio aprender a ler com um dos seus avós que era professor na região.

Com 19 anos, entrou para o Exército, onde participou de importantes campanhas como a Guerra de Canudos em 1897 e a disputa territorial no Acre em 1903, vindo ser promovido a Sargento. Em 1904, por motivos de saúde, deu baixa no Exército e fixou residência na capital da Paraíba, onde casou e teve quatro filhos.

Não encontrei em minhas pesquisas uma data exata de quando João Melchíades iniciou a publicar folhetos, porém, acredito que tenha sido após 1904, época em que deu baixa das forças armadas em 1904.

Melchíades imprimia seus folhetos principalmente na Popular Editora, do seu amigo Francisco das Chagas Batista. Suas obras se destacavam pelo combate ao protestantismo, a exaltação da fé cristã e do sertão, principalmente da Serra da Borborema, sua região de origem, onde se intitulou o “Cantor da Borborema”.

Entre os principais folhetos do poeta estão: A Guerra de Canudos, o primeiro cordel sobre Antônio Conselheiro, que foi identificado pelo pesquisador José Calasans; História do Valente Sertanejo Zé GarciaQuinta Peleja dos Protestantes Com João Melchíades e A História de Carlos Magno e os 12 pares de França.

História Sertaneja Valente Zé Garcia (Fonte: Fundação Casa de Rui Barbosa)

O poeta também foi pivô de uma das maiores polêmicas da história do cordel: a autoria do romance O Pavão Misterioso, no qual é acusado de “usurpar” a história do poeta José Camelo de Melo Resende, porém deixo aqui o link para o texto de Arievaldo Viana que trata sobre essa questão de forma mais esclarecedora (Ler o texto na íntegra).

João Melchíades faleceu em João Pessoa no dia 10 de dezembro de 1933. Antônio Ferreira da Cruz escreveu um folheto póstumo sobre a morte do grande poeta “A Morte do Trovador João Melchíades”.

Após a morte de Melchíades, o poeta e editor, Manoel Camilo dos Santos passou a editor os seus folhetos, essa questão dos direitos de publicação também gera certa polêmica, em carta publicada ao Blog Acorda Cordel, Vladimir Melo (Bisneto de João Melchíades) conta que sua avó: “negou até o fim da vida que tivesse intencionalmente vendido os direitos autorais da obra de João Melchíades. Alegou nunca ter recebido nada e que apenas concordou com a publicação dos cordéis.” (Ler o texto na íntegra)

Mais informações:
BENJAMIM, Roberto. João Melchíades Ferreira: biografia. Fundação Casa de Rui Barbosa. Disponível em: <http://www.casaruibarbosa.gov.br/cordel/JoaoMelquiades/joaoMelquiades_biografia.html>. Acesso em: 15 set. 2013.
GASPAR, Lúcia. João Melchíades Ferreira. Pesquisa Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/>. Acesso em: 15 set. 2013.
TERRA, Ruth Brito Lemos. Memória de lutas: a literatura de folhetos do Nordeste (1893-1930). São Paulo: Global, 1983.
VIANA, Arievaldo. 142 anos de João Melchíades. Blog Acorda Cordel. Disponível em: <http://acordacordel.blogspot.com.br/2011/09/142-anos-de-joao-melchiades.html>. Acesso em: 17 set. 2013.

Como citar essa postagem:
MEMÓRIAS DO CORDEL. Grandes Nomes do Cordel #4 - João Melchíades. Diponível em: <http://memoriasdocordel.blogspot.com.br/2013/09/grandes-nomes-do-cordel-4-joao.html>. Acesso em: dia Mês Ano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário