Grandes Nomes do Cordel #5 - Silvino Pirauá de Lima

Capa do folheto Historia do Capitão do Navio 
(Fonte: www.casaruibarbosa.gov.br)
Criador de mitos e inventor de pelejas fictícias, Silvino Pirauá de Lima foi ‘um gênio no seu universo sócio-cultural’. Em sua produção, abordou os mais variados temas, dando uma grande contribuição à literatura popular nordestina.” (SANTOS, 2010)
Silvino Pirauá de Lima nasceu em Patos-PB no ano de 1848, além de poeta, foi cantador e cordelista.

Filho de agricultores, Silvino teve uma infância pobre e distante da escola. Em virtude da seca de 1898 que atacava o sertão, mudou-se para Recife-PE, onde passou a cantar nas feiras e praças da cidade.

Ainda na capital pernambucana, iniciou a publicar folhetos, sendo considerado um dos precursores na publicação de folhetos de cordel. Silvino Pirauá formou parceria com os cantadores José Galdino da Silva Duda e, posteriormente, Antônio Batista Guedes, percorrendo importantes feiras do interior nordestino cantando e vendendo folhetos.

Silvino Pirauá foi discípulo do grande cantador, Francisco Romano Caluête, também conhecido como Romano do Teixeira ou Romano de Mãe d´Agua. De acordo com José Ozildo dos Santos: “Silvino Pirauá foi um grande violeiro, que soube honrar as lições do mestre, e sempre cultuou a sua memória” (SANTOS, 2010).

Por seus conhecimentos em Geografia, História Universal e Sagrada, recebeu a alcunha de seus colegas de “o poeta enciclopédico”. Sua descrição do Amazonas ficou famosa na época, onde o poeta versou sobre os peixes, bichos da selva, aves e árvores. Infelizmente, essa descrição se perdeu com o tempo.

O Poeta também introduziu inovações formais na literatura de cordel, criando o martelo agalopado e sendo um dos precursores no uso da sextilha. Foi considerado por Francisco das Chagas Batista como um exímio violeiro e grande repentista, vencendo inúmeros cantadores e nunca tendo sido derrotado.

São de Pirauá, vários clássicos da literatura de cordel, como: História do Capitão do Navio, História de Três Irmãs que Queriam Casar com Um Rapaz Só, História da Princesa Rosa, História de Zezinho e Mariquinha, Descrição do Amazonas, Peleja de Francisco Romano e Inácio da Catingueira.

Silvino Pirauá faleceu na cidade de Bezerros-PE, em 1913 (aos 53 anos de idade), vitimado de varíola.

Para terminar a postagem, acredito que é válido falar sobre um equívoco que acontece em vários sites que expõem uma suposta foto de Silvino Pirauá. Na verdade a foto é do artista plástico lituano Lasar Segall, não se sabe ao certo como a foto do artista veio a ser vinculada com Pirauá, fica aqui o esclarecimento.

Artista Plástico Lasar Segall (Fonte: Espaço Arte)

Mais informações: 
Construindo a História
Fundação Casa de Rui Barbosa

GASPAR, Lúcia. Silvino Piruá de Lima. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/>. Acesso em: 10 Jan 2014.
SANTOS. José Ozildo dos. Silvino Pirauá de Lima: O Poeta Enciclopédico. Revista Acordando o Cordel, Coremas-PB. Ano 1, nº 1, pág. 31-32. Out 2010.

Como citar essa postagem:
MEMÓRIAS DO CORDEL. Grandes Nomes do Cordel #5 - Silvino Pirauá de Lima. Diponível em: <http://memoriasdocordel.blogspot.com.br/2014/01/grandes-nomes-do-cordel-5-silvino.html>. Acesso em: dia Mês Ano.

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